Duas mil e onze superações

“A minha certeza, nesse ano difícil (que espero mudar LOGO), foi de que realmente tudo passa. Pode ser o que for, mas passa. Então, é hora de dar adeus aos dias que se foram e acreditar que novos dias virão. O nome disso é esperança. Ela se concretizará? Não sei. É o mistério do futuro, mas é preciso tentar e não desistir.”

Adilma, Sopa de Mãe, 29.12.10

Dois mil e onze foi um ano muito especial para mim. Em janeiro estava sem perspectiva: desempregada desde a metade de 2010, meus dias se resumiam a mandar currículos e tentar fazer contatos. As entrevistas eram marcadas e eu sempre era descartada. A desculpa era variada. Numa delas, após passar por uma dinâmica de grupo que durou uma tarde, dias depois (porque passei na dinâmica), uma prova que durou 4h, mais outros dias (porque passei na prova), numa entrevista coletiva, ouvi do dono da empresa a seguinte pergunta: “Quantos anos você tem? Eu preciso de pessoas jovens na minha empresa.”

Fiquei, por uns instantes, perplexa. Respondi para ele que a uma mulher não se perguntava a idade, era deselegante. E se ele precisava de jovens na equipe deveria ser criterioso na seleção inicial, afinal não era nada produtivo marcar entrevistas com pessoas que não estavam no perfil desejado pela empresa. Algum “jovem empregado” (falei com todo o sarcasmo que eu poderia empreender nas palavras) estava indo contra a visão da organização... E ele, que era o dono, deveria instruir melhor esse “jovem empregado” para evitar perda de tempo.

Saí do prédio com lágrimas nos olhos, triste e vazia. Por uns instantes fiquei pensativa, parada. Quando de repente resolvi levantar a cabeça e voltar para casa. O que eu poderia fazer? Desistir? Sim, desistir DAQUELA empresa, mas não de procurar outro trabalho. E os dias se passaram. Com eles quase perdi a esperança.

Minha tchia, como sempre, ficou ao meu lado e me ajudou, inclusive financeiramente, sem cobranças. Apenas me dizendo para eu não deixar de ter fé, que tudo ia passar. Muitas vezes liguei para ela e desabei no choro, infeliz e arrasada. E ela me dizia: calma, não perca a fé em Deus. Ele sabe o que faz e você precisa ter paciência, aprender com o sofrimento e entender para não cair no mesmo erro.

Paulo, esse cara que é meu primo, mas deveria ser meu irmão de sangue, também me ajudou e eu jamais esquecerei. Sergio, esse doido que é meu primo também, mas assim como Paulo deveria ser meu irmão de sangue, me ligava de Londres só para me perguntar como eu estava. E me fazia rir. E esquecer as minhas “amalguras”.

Em dezembro do ano passado eu participei de um projeto de caridade e foi maravilhoso me doar daquele jeito. Em janeiro João, Laura, Luiza e Gabriela passaram no vestibular de universidades federais, fiz uma entrevista numa empresa e me pediram para aguardar. Aguardei mandando currículos e sendo “despachada” inúmeras vezes. Em março: Nanda começou a estudar noutro curso; bateram no meu carro (eu desempregada!); Em junho: ensinei João a dirigir; fui chamada pela empresa que fiz a entrevista em janeiro (uma delas) e comecei a trabalhar; Nanda arrumou um trabalho também na mesma semana que eu! Paulo se mudou para o apartamento dele! Em julho Matheus entrou na UFAL. João tirou a carteira de motorista; Nanda passou no vestibular de arquitetura. Eu fiquei orgulhosa. Que ano de mudanças... E isso sem mencionar todas, pois não me recordo ou não sei.

Grandes vitórias e conquistas na minha vida. Aprendi uma grande lição: na vida não podemos desistir nunca. Se estiver difícil, pode chorar e se lamentar, mas não desista. Lute pelo que quer. Persista. Tudo, tudo vem a seu tempo. Na hora da dor achamos que nada disso é verdade, mas é.

Agora, chegando o Natal, época em que independente de qualquer coisa, é importante o sentimento de fraternidade, eu simplesmente quero agradecer e repartir essa minha experiência com vocês. Agradeço a Deus, agradeço aos espíritos de luz que me apoiaram, agradeço a Paulo, a Sergio, a Sílvio, a minha tchia, a meus filhos. Eu sei que ainda tenho muito que aprender acerca de humildade, perseverança e deixar o orgulho de lado. Mil vezes obrigada meu Deus!

O ano se vai. Sei que novos problemas vão surgir, mas estarei em pé e firme. E que as alegrias não me façam pensar que a vida é só delas. E que meu orgulho não me afaste das pessoas.

FELIZ NATAL FAMÍLIA! QUE DEUS CONTINUE NOS ABENÇOANDO.

Adilma, que em breve postará novas notícias com certeza! Esperem.