Vocês sabem de algum remédio pra azar???

Ninguém merece!!!

Tem um dito popular que diz o seguinte (sem meias palavras): “quando urubu está de azar o de baixo c*** no de cima”. Pois é. Essa noite, voltando para casa, eu vinha pensando nisso de modo desordenado, confuso. Quase mudo de roteiro, logo no início da rua por onde costumo passar. Num impulso segui em frente, achando mesmo que não deveria ir, mas fui devagar, prestando atenção. Algo em mim não estava bem, não sei explicar.

Parei no sinal, ninguém atrás. Logo à minha frente, numa transversal cujo sinal também estava fechado, um motorista tentava avançar, felizmente desistiu.Quando o sinal abriu, continuei seguindo devagar. De repente, sem mais nem menos, um carro atravessou a pista na minha frente. Pisei no freio, mas não foi possível evitar a batida. Meu corpo foi arremessado para frente, eu estava com cinto de segurança e fui segura.

Logo entendi a situação quando o motorista de outro carro – um taxista – saiu com algo na mão, que parecia uma arma, e xingando muito o que bateu no meu carro. Era uma briga de trânsito. Eu, que não tinha NADA a ver me dei mau. O taxista veio perto de mim, me olhou de um modo que tive medo e resolveu de repente voltar correndo, entrou no carro dele e saiu em alta velocidade.

O carro que bateu no meu ficou muito machucado. O rapaz que dirigia bateu a cabeça no pára-brisa que ficou rachado. Ele estava sem cinto de segurança. 

A solidariedade humana é algo inexplicável. Um rapaz que estava num ponto de ônibus próximo veio até mim. Outro taxista fez o mesmo. Eu estava atônita e trêmula, sem acreditar naquilo.

A seguir vou escrever o diálogo que se seguiu com um deles, visivelmente preocupado comigo, que me perguntou:

“E seu marido? Ligue pra ele!”. Meu EX-MARIDO mora em outra cidade.
“A senhora tem filho?”. Sim, menor de idade.
“E irmão?”. Tenho dois que não moram em Salvador.
“E genro?”. Tenho!!! Que alívio!!

Liguei para meu genro que tinha acabado de entrar numa sessão de cinema. Ele me perguntou se eu tinha chamado o guincho. Respondi que não. Não lembro mais o que falei e desliguei.

O rapaz continuou. “Ficarei aqui com a senhora, até resolver as coisas. Fique tranquila, está tudo bem, a senhora não se machucou, essas coisas acontecem, o cara aí parece gente boa. Vai dar tudo certo. Anote meu número de telefone, caso precise de uma testemunha... Nunca se sabe...”

O dono do carro que bateu no meu, um rapaz jovem, acionou o seguro, ligou para o pai que estava num restaurante próximo. Por coincidência moram perto de mim (e a batida foi noutro bairro). Parece que tudo vai dar certo mesmo, que o seguro do carro dele vai cobrir as despesas. Calculo por baixo uns cinco mil reais, só no meu carro, não sei.

Ao final disso tudo, como sempre faço, fiquei pensativa... E conclui:

- Obrigada meu Deus por não ter sido pior;

- TENHO que seguir minha intuição SEMPRE;

- Será que meu Anjo da Guarda cochilou e acordou para me livrar do homem que PROVAVELMENTE estava armado? Do modo como ele me olhou e saiu correndo, sabe-se lá o que houve;

- Estamos no século XXI, mas mulher sozinha é vista como desprotegida e geralmente é enganada MESMO;

- Ainda existe solidariedade nesse mundo, do contrário não sei o que seria das pessoas;

- Sogra? Talvez seja melhor não tê-la; 

- MINHA MARÉ DE AZAR ESTÁ PARECENDO UM TSUNAMI!!! PQP!!!

Adilma