sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Dica da Semana



Elenco: Christian Friedel, Ernst Jacobi, Leonie Benesch, Ulrich Tukur, Ursina Lardi, Burghart Klauner, Steffi Kühnert, Josef Bierbichler.

Direção
: Michael Haneke
Gênero: Drama
Duração: 144 min.

Sinopse
: Um vilarejo protestante no norte da Alemanha, em 1913, às vésperas da Primeira Guerra Mundial. A história de crianças e adolescentes de um coral dirigido pelo professor primário do vilarejo e suas famílias: o barão, o reitor, o pastor, o médico, a parteira, os camponeses. Estranhos acidentes começam a acontecer e tomam aos poucos o caráter de um ritual punitivo. O que se esconde por trás desses acontecimentos?

Crítica:


A Fita Branca

Vencedor da Palma de Ouro em Cannes ano passado, A Fita Branca é o representante da Alemanha ao Oscar de melhor filme estrangeiro. O filme também concorre - merecidamente, por sinal - ao Oscar de melhor fotografia. Aclamado no mundo inteiro, não há exageros sobre a qualidade do longa. Quem conhece o trabalho do diretor Michael Haneke (Caché) já sabe o que esperar. E, pode ter certeza, não vai haver decepção.
Haneke usa uma deslumbrante fotografia em preto e branco para contar a história de uma vila alemã às vésperas da 1ª Guerra Mundial. O longa é estruturado a partir da voz em off de um idoso que narra lembranças de episódios que aconteceram nessa comunidade, na qual era professor.
Em duas horas e meia de projeção vemos um Barão que cria seus filhos sob educação rígida e, para reforçar suas convicções, impõe aos mais velhos o uso de uma fita branca no braço, como punição por uma suposta má ação que fizeram. A fita branca amarrada no braço das crianças deveria lembrar-lhes da pureza e da inocência, mas a gente logo percebe que não vai ser bem assim.
Atos de terrorismo atingem os cidadãos da comunidade, especialmente crianças, e ninguém sabe precisar de onde vieram ou de quem partiu. Todos parecem suspeitos e cúmplices, tudo é dúbio, e a maldade impera – e nem só os adultos são os malvados, as crianças também praticam crueldades.
O clima sombrio cerca o filme e nos faz indagnar repetidas vezes quem é o culpado pelas atrocidades. O final, daqueles que fazem a gente ficar sentado por alguns instantes na cadeira, traz uma indagação: ‘e agora?’
Alguns vão adorar, muitos vão odiar, mas a verdade é que A Fita Branca é o filme em que as imagens falam por si só e o texto apenas se adapta a elas. Tirem suas próprias conclusões e aproveitem, porque o cinema de Haneke é uma experiência única. E mais do que respostas, o longa traz uma pergunta: até onde pode ir o ser humano em suas atitudes assombrosas?
Vale a reflexão e os aplausos para um filme realmente perturbador.

Petrúcio Sá

2 comentários:

  1. Petrúcio,

    Esse tipo de filme eu gosto. Está no circuito comercial? Você encontra cópias? (leia-se PIRATEX). Rsrsrsrsrsrs...

    Gostei da dica, é uma história maravilhosa para se refletir. Valeu!!!

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