Amy

Nunca entendi como as pessoas podem ter ídolos, mas é uma realidade. Não entendia porque choravam e lamentavam a morte desses seres distantes e intocáveis. Como a vida muda muito e é um aprendizado diário, hoje eu entendi. Chorei ao final da reportagem da TV, sobre a cremação de Amy, quando escutei a frase que o pai (Mitch) falou ao final da cerimônia: "Boa noite, meu anjo, durma bem. Mamãe e papai te amam muito".

Amy deixou uma pequena fortuna, que deverá crescer bastante com o aumento das vendas dos seus discos. O pai, um dos seus herdeiros, mencionou que vai criar uma fundação para ajudar pessoas dependentes de drogas.

Fiquei pensando... Uma mulher talentosa, famosa, jovem, bonita e tão problemática, tão sofrida, tão entregue aos desmandos dos vícios. Aparentemente tinha tudo, mas nada a satisfazia nem preenchia o seu vazio. Entregou-se sem pensar que o seu corpo tinha limites. Talvez por ter dinheiro tivesse a facilidade de comprar drogas e por esse acesso fácil pagou um preço muito alto – a própria vida.

Eu nunca tive ídolos, mas gosto muito de escutar as músicas de Amy. Já fiquei em casas noturnas, mais de uma vez, assistindo um DVD em que ela esbanja talento. Eu a admirava, não pelas tatuagens loucas, pelas roupas ou pelo penteado. Minha admiração era pela voz, pelo olhar carente, perdido. Nos últimos meses era impossível não ler sobre o declínio da sua tão curta carreira.

Se seu pai fizer o que promete finalmente sua vida e seu trabalho farão sentido. É lamentável o crescente abuso ao uso das drogas e, como mãe, fico preocupada com meus filhos. Peço a Deus que jamais eles enveredem por esse caminho sem volta, na maioria das vezes. Também por isso me emocionei e chorei.

Durma em paz Amy... Durma em paz menina...

Adilma