É cada uma!!!

Na última sexta-feira João me pediu para comprar shampoo e condicionador para ele. Entrei numa loja e vi os preços: R$8,99 e R$,9,05, respectivamente.

Resolvi comparar os preços no supermercado ao lado.  Vi que estavam mais baratos: R$6,99 e R$7,95. Comprei-os, juntamente com outros itens.

Ao passar no caixa verifiquei que o preço do shampoo era R$7,29. Achei estranho e disse à caixa que na gôndola estava marcando outro valor. Havia mais duas pessoas a serem atendidas depois de mim. A funcionária me olhou com cara de poucos amigos e chamou a fiscal.

Depois de ter sido chamada pelo menos duas vezes, veio a fiscal até o guichê arrastando os pés, foi até a gôndola e retornou do mesmo jeito – arrastando os pés – disse que estava mesmo errado no sistema e, nesse momento, entrou com uma senha dando um desconto de R$0,30. A fila crescendo atrás de mim, as pessoas aparentemente chateadas com a demora e, provavelmente, me achando uma chata sovina.

Ao fim a caixa disse para si mesma, baixinho: “tanta exigência por causa de trinta centavos”. Fiquei danada da vida. Olhei para ela e respondi: “você deveria ter cobrado o valor que eu disse ter visto sem chamar a fiscal”.  “Ah senhora, mas isso não pode...”, ela respondeu rispidamente.

Ah tá... Peguei o celular e comecei a fazer contas (o povo já irritado comigo na fila).

Queria ter controlado a língua, mas não resisti e sem me incomodar com a impaciência dos outros, respondi com toda a educação:

- Apenas por eu ter caminhado alguns passos a mais economizei R$3,10, pois na loja vizinha esses produtos estão mais caros. Se por acaso diariamente de segunda a sexta eu economizar esse valor, ao final de um mês serão R$62,00. Nesse ritmo ao final de um ano terei economizado R$744,00, o que deve ser mais ou menos o seu salário bruto de um mês.  E, caso você não saiba, salário bruto é o valor que você recebe sem nenhum desconto.

Peguei minhas sacolas plásticas (para usar recicláveis o supermercado me cobra R$0,25 cada) e saí pensando no que Paulo sempre diz: “pimenta no refresco dos outros é c*”.

Adilma, que está aprendendo muito a dar valor a dinheiro e precisa ser mais tolerante!