terça-feira, 28 de setembro de 2010

Panela de pressão e papel higiênico


Um tempo depois de separada eu ainda estava naquela fase de “luto pessoal”. Trabalhava numa empresa em que tinha muita amizade com o diretor da minha área e conversávamos bastante. Certo dia ele me disse que eu estava precisando conhecer alguém, namorar novamente, enfim – ele queria me apresentar uma pessoa que considerava perfeita para mim naquele momento.

Estávamos em dezembro de 2002. A festa de final de ano da empresa foi num clube. Um dia ensolarado, DJ, músicas bem dançantes, uma baiana fritando acarajés, muita comida, cerveja, uísque, sorteios de prêmios, cestas natalinas para os funcionários, diretoria, presidência, todos adorando. De repente vem meu diretor e me diz:

- Lembra-se daquela nossa conversa? Vou te apresentar uma pessoa.

E chamou o homem que vestia um paletó preto, apesar do belo e quente dia de verão. Ele era alto, calvo, pele oleosa e muito vermelha, olhos verdes, resto dos cabelos totalmente grisalhos, beirando os 70 anos. Feita as apresentações, o diretor saiu e nos deixou conversando.

A primeira coisa que o idoso me contou é que era advogado e adorava a Bahia, a seguir queixou-se do calor e enfiou o dedo indicador no colarinho, mexendo de um lado para o outro a fim de folgar a camisa. O suor escorreu pelo pescoço. Senti repugnância. Depois disse que veio passar férias na capital baiana e apaixonou-se a tal ponto pela cidade que resolveu ficar, estava divorciado e queria uma mudança na vida. Até aí tudo bem, mas acredito que me recostei na cadeira enquanto meu corpo dizia: afaste-se de mim!

O que eu não esperava estava por vir... O homem começou a falar de uma disenteria que teve por causa de uns camarões que comeu. Que nojo! Por mais que eu tentasse mudar o rumo da conversa, ele insistia. Os minutos pareciam intermináveis.

Comecei a olhar em volta, para localizar o diretor da empresa. Quando o vi ele que estava bebericando um drinque e fez um gesto de cumprimento levantando o copo. Era meu bote salva-vidas!

Retribui o cumprimento com um leve aceno de cabeça, chamando-o, mas por dentro estava a ponto de um colapso. Ele veio em minha direção e rapidamente o convidei para dançar, deixando o homem da disenteria a ver navios.

Tão logo nos afastamos da mesa disse-lhe num tom confidencial:

- Quem gosta de galo velho é panela de pressão!

Esse advogado passou a prestar serviços para a empresa e nosso contato era assíduo, mas bastava vê-lo para imaginar o quadro que ele me descreveu. Afff!!!!


Adilma

3 comentários:

  1. KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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  2. Adilma, ainda bem que foi camarões, imagina se fosse acarajé? o que ele falaria?, tô com o rabo todo ardido e ect.. kkkkkkkk

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  3. Fernando,

    Com certeza! Vixi... Faltou pouco para ele começar a falar que o fiofó estava assado. Juro pra você, eu senti verdadeiro asco pelo homem!

    Por essas coincidências inexplicáveis dessa vida, para minha surpresa, descobri recentemente que ele é CASADO com uma mulher que minha irmã conhece! E o que é pior: desde a época que tentou me paquerar. É mole? Ahhh nojentooooo

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