A saudosa D. Maria e as suas verdades incontestáveis

Saudade de minha avó, D. Maria, que cozinhava como ninguém e alguns que agora leem a conheceram. Saudade do peixe vermelho a escabeche (às sextas), cozidos (aos sábados) e feijoadas (aos domingos). Porque era assim: o cardápio não variava. Coisas de Seu Adelmar... Sabem como é...

Lembro-me de certos "ditados" que ela falava sempre na hora certa, como por exemplo:

"Homem é cavalo que o cão monta de manhã, cavalga o dia inteiro e larga meia noite, na encruzilhada, todo suado."

"Não existe homem perfeito. Quem quiser um, faça de barro".

"Macho com fêmea? Nem cavalo com formiga!"

"Cachorro quando vai engolir um osso toma medida no cu três dias e três noites."

"Uma mãe é prá cem filhos, mas cem filhos não é prá uma mãe".

"Cuidado com o que diz! Antigamente a gente dizia uma coisa na sala e "pagava a língua" na porta da cozinha. Hoje em dia nem precisa sair da sala".

"Língua fala, língua paga".

"Boa romaria faz quem em sua casa está em paz".

E depois de uma desilusão amorosa, lá pela década de 40 do século passado ela jurou:

"Fiz o sinal da cruz com a mão, na parede do quarto, e pensei: no meu umbigo esse sacana não sobe mais!"

Se eu soubesse teria escrito num caderno, para nunca esquecer. Mas a vida é assim - a gente aprende muito tarde algumas coisas.

Beijo a todos!

Adilma